quinta-feira, maio 31, 2007

de espanador em punho

no intuito de eliminar o pó da sociedade maldizente; o escrupuloso piolhento; o vizinho impiedoso; o comerciante revoltado, as esquinas falantes e pedantes; a poluição sonora que atiça os políticos em campanhas escandalosas; os bêbados tropeçando nas calçadas imundas; os dependentes de estupefacientes e outros estúpidos narcóticos; os tiros dos não amados na escuridão dos apaixonados; a inércia inoperante dos que se acham melhores de todos; os pecadores de outrora e que agora se sentem imunes; os chulos políticos que embebedam o povo para afanar tudo-quase tudo; as beatas que se assumem donas do poder de Cristo; a escumalha que se ocupam de açambarcar a vida alheia; os criadores de outras religiões de ‘fé’ e actos dízimos entrega de almas…

(15Maio2007)

e se tu estivesses aqui

Coração apertado olhava o rio enquanto escutava os seus desabafos. Ou seriam os dela? Ouviu-o atentamente como quem busca uma saída.
O vento trazia recados de outros lugares, murmurando, quase inaudível. O sol aquece suavemente entre um brilhar e outro. Entre o chuviscar e o amainar.
Olha para o rio mais uma vez, esquecendo-se do ambiente que o rodeia.
“Se tu estivesses aqui”.
O rio trás coisas incríveis que não passam pelo mesmo sitio duas vezes (é como as oportunidades na vida que quando aparecem ou apanhamos logo ou é melhor esquecer), ramos de arbustos velhos partidos algures pelo caminho. Viu uma garrafa de plástico a flutuar, na esperança de que alguém a apanhe do rio.
Deixou-se ficar a olhar para o rio e a escutar baixinho os seus segredos.
“e se tu estivesses aqui”

(15Maio2007)

Até amanhã...

Apertou-a contra o peito, queria senti-la perto como se fosse o seu próprio cheiro, a sua própria pele; era tarde, não se ouvia nada cá dentro e lá fora o silencio também imperava. Era como se não existisse lá fora nem cá dentro, naquele momento. Será que os corações batiam forte? Tinha a impressão de que sim mas não o sentia, ou confundia-se com o desejo de querer senti-la tão dentro, tão ele ?!
- tenho de ir ! – sussurrou-lhe interrompendo o silêncio.
- eu sei! – suspirou profundamente e suavizou-a – Eu sei! – repetiu como para se convencer de que teria de ser assim. Soltando-a repetiu mais uma vez “eu sei” , a certeza da 3ª vez , de que a realidade era aquela: ela tinha de ir.
Por vezes deixamo-nos acomodar com o que achamos / sentimos / queremos ser o melhor / o bom / o certo, mas no decorrer das mutações constantes da vida, deparamo-nos com situações que ou não estão ao nosso alcance e não temos outra opção senão deixar ir, ou tornam-se decisões que temos mesmo que tomar e aí o tic tac do tempo diz-nos “é hora, não podes demorar / hesitar”. Deixa-la ir, era o certo e o mesmo tempo pesaroso. Era o lógico e o ilógico. Era o necessário e ao mesmo tempo o impensável.
“ Eu sei” disse pela primeira vez o coração, que sensato e ao mesmo tempo traiçoeiro, batia forte querendo sair do peito, abraça-la e ao mesmo tempo solta-la.

“Até amanhã”
(12Maio2007)

sexta-feira, maio 25, 2007

Dave Mathews Band


Foi com esta música (Eveyday) que DM começou a enlouquecer o Pavilhão Atlântico dia 25 Maio 2007 durante 3horas 30 minutos.
AMEI :)
Estou sem palavras para descrever (aquele violino, aquela bateria, aquele saxo.... enfim, que dizer?!) portanto deixo-vos um pedaçinho (não como foi porque não tenho provas que documentem tão maravilhoso momento).... e como o próprio (FABULÁSTICO) repetiu imensas vezes: OBRIGADO VERY VERY MUCH :)
Vá , por favor Pick me up love, Pick me up love, Everyday

All you need is
All you want is
All you need is love
All you need is
What you want is
All you need is love
Everyday

sábado, maio 19, 2007

o regresso...


Não foi muito bom porque passei mal no TGV (estava muito quente, e senti-me mesmo mal, tive que tomar um comprimido). E no avião também, muita turbulência.

Mas…as mini férias foram: Fabulásticas :)

sexta-feira, maio 18, 2007

os dias em Lyon

1º dia – choveu e trovejou todo o dia. Apanhei uma grande molha mas fui a rua tratar do passe “La carte”, na Place Bellecour. E aproveitei e passei pelo Ponto turístico e peguei um plano “Lyon… à pied” com um trajecto bem simpático para conhecer os melhores pontos de Lyon. Museus, igrejas, etc.

2º dia – pelo menos o dia nasceu mais sorridente, um pouco tímido mas menos cinzento. Decidi fazer o meu passeio por Lyon. Comecei pelo ponto de partida do plano: Cordeliers. E lá fui…. Pelo rio Le Rhône, andei pelas ruas da Ville de Lyon, Musées, Basiliques e Eglises, Universités etc. Passeei também pelo rio La Saône e vislumbrei a Notre Dame de Fourviére lá em cima a olhar a cidade.

3º dia – Estava como o dia anterior, chuviscando; mas nada me impediu de sair e continuar o meu passeio por Lyon. Desta vez: Vieux Lyon (parte velha). LINDA! Mais Musées, Biblioteques, Places, Eglises etc. Decidi subir até Basilique de Fourviére a pé…pois, não contei foi com 238 degraus do Montée dês Carmes-DéChaussés e…mais 630 do Montée Nicolas de Lange. E lá cheguei, a primeira coisa que vi foi a Tour Metalique e …a Notre Dame de Fouvirére, que lindo que majestoso. Entrei na Basílica e deixei-me ficar lá sentada algum tempo, não contei. Senti-me em paz e algumas lágrimas apareceram, beijando-me o rosto. Talvez pela Paz que lá emanava. Ah, fui também às ruínas Romanas, e mais degraus:)

4º dia – feriado…nem acredito. Pois tinha tirado esse dia para ir aos Museus que tinha escolhido…mas, sai a mesma e passeei pela Ville. Voltei ao Fourviére. Pela Rue Victor Hugo e outras (fez-me lembrar o Rossio e Rua Augusta etc). Com alguma slojas abertas (hehe tipo Zara etc). Passeide novo pela Place Antonin Poncet e a fonte estava ligado hoje, deixei-me ficar ali a beira do rio. A natureza oferece-nos coisas lindas, que a maior parte das vezes estamos tão ocupados com os nossos problemas que nem damos conta.

5º dia – Parc Tete d’Or. Foi um final de viagem magnífico. Entrei pelo jardim Roseaire e nem imaginam os tipos de rosas que existem. Senti-me num conto de Shakespeare. Fabuloso. O dia está radioso de um sol espectacular. O Parc tem um mini zoo, o jardim botânico e lagos. Amei! Deitei-me na relva e deixei-me ficar a apanhar sol e a desfrutar da maravilha que era estar ali. Até tomei Granitá, que delícia:)

sábado, maio 12, 2007

cheguei mesmo ?!


A maninha está tão linda, como sempre. Feliz, Linda!
O dia está lindo, de sol risonho.
A casinha dela muito mimosa, enfim…. Amo-a muito.
Estas mini férias vão ser fabulásticas :)

e a viagem mal começou

Cheguei a Paris, aeroporto Charles de Gaulle 14:45, Gate 2D. Tinha que ir a Gare TGV…onde? Enfim, quem tem boca… Tive que esperar pelo guichet 13 para trocar os tickets para o TGV. Lá abriu e um sósia de Samuel L Jackson atendeu-me e trocou o Billet à composter avant l’accès au train.
“Mau” o meu lugar é mau, sério! Contrário do sentido do TGV. A sorte é que havia um lugar vago a frente, e lá fui eu, um senão é que o meu companheiro de lado tinha 3 malas em cima das pernas e eu quase nada via lá fora. Estava a ouvir ‘Gotan Project’ e a tentar ver os campos lá fora que passavam num flash. Verde, muito verde. As casas pareciam feitas de baunilha e chocolate, ovelhas, vacas etc.
Lindo!

CHEGUEI A LYON :)

e tudo pronto...

Acordei sobressaltada com o despertador a entoar aquele barulho normal mas que hoje pareceu navalhas aguçadas nos meus tímpanos. Levantei-me de imediato com o sobressalto “tenho que ir”. O duche habitual, o pequeno-almoço habitual. Até aqui nada de novo só mesmo o soar ‘despertativo’ do relógio. Não houve muito stress (quase nenhum) porque estava tudo arrumado, até a roupa que ia vestir hoje. Mas, em todo o caso validei a check list – mais vale prevenir… Tudo pronto, mas com aquela sensação miudinha de que falta qualquer coisa. Porque será que é sempre assim? Temos sempre a quase certeza de que nos esquecemos de algo e – o pior – que é o mais importante.
“Ok, vamos embora”. Eram 8:30 e já estava na casa da Mãe a espera da mana mais velha que me ia levar ao aeroporto. Ainda preparei uns morangos com açúcar para mim e Tarzan (meu sobrinho:) ). “sabes quem são as duas coisas mais lindas do mundo?” , “Não” respondeu-me com o brilho no olhar, aqueles olhos castanhos sorrindo-me. “Rafael e Joana” – (Tarzan e Princesa Margarida). Hehehe…
Depois dos fortes abraços dos dois, “Este é para a tia Nay, este para o tio Alexis e este para ti”, lá levei os três+três abraços e imensos beijos, comigo e lá fui…

sexta-feira, maio 11, 2007

A minha viagem - Lyon ai vou eu:)


Para seguires as minhas pegadas em terras francófonas basta clicares:

Album 1 AQUI
Album 2 AQUI
Album 3 AQUI
(vê Foto por Foto por causa dos comentários:) )

ou vai:

http://pegadas.fotos.net.br/lyon

http://pegadas2.fotos.net.br/lyon2

http://pegadas3.fotos.net.br/lyon3

Vou fazer duas coisas : ver a minha maninha querida (já tenho uma galáxia de saudades) e vou passear :)
Espero actualizar as Fotos que modestamente for tirando e detalhar as pegadas que darei por Lyon …e quem sabe outros sítios…a ver vamos.
Bem, um beijo grande e vai passando.


quinta-feira, maio 10, 2007

quarta-feira, maio 09, 2007

esses vizinhos...

Maria Ambrósia chegou a casa desfalcada pelo trabalho. A entrada do prédio gritos saturavam os ouvidos de qualquer morador decente. Era o sobe e desce do elevador cansado do peso dos miúdos nas suas brincadeiras inocentes. Era o agitar das luzes do prédio irrompendo no silêncio de alguns corredores amenos. Maria Ambrósia é o tipo de mulher agreste, entroncada e decente. Respeitadora que só ela, louca por impor justiça onde quer que fosse. Os vizinhos, esses, alguns trastes de gritaria e pancadaria pelas noites dentro, outros toupeiras citadinos.
- “Boa tarde vizinha” – era a do 3º andar D, a divulgadora de notícias escandalosas – “ainda bem que a vejo” – lambeu o lábio num jeito conspirador – “sabe aquela do 5º A? A boazona dos peitos falsos?” – sem cessar cuspia palavras seguidas sem deixar uma réstia de ar nos entretantos - “hum, nem lhe conto” – e tocava e amassava o braço da atenta Maria Ambrósia – “ apareceu uma tipa tipo Tia, embrulhada naqueles trapos que eles chamam de moda, tá a ver?! A cara até parece que teve um acidente de tintas robialac, tá a ver?” – e gesticulava e geringonçava-se toda – “ foi uma confusão que só visto. Eu não sou de intrigas mas…” – a voz sumiu-se encostada no ouvido de Maria Ambrósia – “parece que é mulher do gostosão que costuma aparecer no 5ªA e …” – voltando ao volume normal, para além do médio alto - "aquilo foi cabelos por um lado, cabelos por outro, enrolaram-se pelas escadas. Foi uma escandaleira que só visto.”

(paragem propositada feita pela Autora – eu :)

num caminho nocturno ...

não sentia a dor que o consumia;
devorava o ar da noite e estrebuchava horrores ao vento;
descia as ruas apagadas pelo tempo que se esquecia de ali passar;
- o tempo fugia ou simplesmente ninguém o via?
por isso a dor o consumia
forte, como a noite que acamou diante dele.

era fim do dia de sexta feira
já tinha fechado a porta laboral
mas aquela dor continuava, insistia

arrumou os braços em torno do corpo
sentia mais e mais o peso, queria apertar mais
até desaparecer

a lua? onde está? talvez traga alento

ele caminhava descompassado
pestanejava dúvidas
rugia batidas na calçada deserta

a dor o consumia
ou já não sabia o que sentia?

aterrou dormente nos lençóis de sombras azuis
cerrou os olhos até ensanguentados de dor
pois queria esquecer aquilo, não sabia
queria esquecer o dia
fugir, romper estradas e pontes nocturnas
até lá chegar, lá onde a dor não existia.

terça-feira, maio 08, 2007

na suavidade do início da noite...


A vela derretia o sabor amargo do dia desastroso, abrupta e silenciosa a chama devorava a sala. Ela olhava inerte para o vazio que vem do fogo demolidor. Um banho para engolir aquele dia sem deixar rasto? Sim, vai saber bem. Retirar todo e qualquer vestígio do dia que está a terminar…não, melhor dizer: que terminou assim que entrou em casa – que tal? Suspiro concordante. Assim sim, já gosto mais. Vamos lá sentir a água morna, o cheiro a rosas, um relaxe merecido.
Decide-se por Tchaikovsky “Quebra-nozes”, e a magia da música espalhou-se pela casa, em cada canto um violino, em cada vazio um piano. Acendeu as velas na borda da banheira, deixou-se levar pela melodia no ar.
A cada compasso, um plié um grand-jeté, port-de-brás, suavemente a ternura da água enrolava o corpo vencido pelo prazer da espuma. Os ponteiros do relógio devem ter girado num pormenad de 12 lindas guirlandas de flores rodando pelo palco iluminado do Reino Encantado.
Ao longe ouviam-se “palmas? são palmas?”…
- Sou eu, já estás em casa? … - sentiu o sorriso do coração alargar-se – é para deixar um beijo. Vou sair agora, tenho uma pequena surpresa para ti …. Até já! – clic, a voz rouca sumiu-se pela sala e as palmas cessaram. O som do violino invadiu o silêncio momentâneo e sentiu-se leve. Sorriu. Soprou a espuma em sabor de gotas de orvalho. Sorriu.

- uma orquídea para a minha Princesa! A delicadeza, a perfeição… Tu!

Vault o video :)

quinta-feira, maio 03, 2007

Have a little faith in me


When the road gets dark
And you can no longer see
Just let my love throw a spark
And have a little faith in me

Your love gives me strength enough
So have a little faith in me

John Hiatt - Have A Little Faith