segunda-feira, agosto 22, 2005

A noiva Judia

de Pedro Paixão, novelista português (1956). são pequenas histórias cheias de sentimentos de incomunicabilidade e de isolamento
«Deixou só uma rosa que depressa feneceu. Mais não recordo para além de certo movimento desastrado dos corpos e uma estranha secura na boca. E se mais houvesse não bastaria. A satisfação abre também as suas portas sobre nada. Ficamos quietos e não sabemos. Comemo-nos na boca e no peito. E por detrás de tudo isso há um fundo que é uma paisagem gelada.»

«Já reparou certamente que comigo não s evai a sítio algum. Nem de passear gosto. Continuo imóvel diante da janela do quarto de minha mãe. E o meu inverno chega-me.
Se eu te esperasse não te encontrava.»

«Tinha a cara húmida e os olhos desbotados. O seu corpo estava quente como uma botija em lençóis frios. Deitada sobre os seus joelhos, o seu corpo enroscado cabia todo.»

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