sexta-feira, setembro 01, 2006

tudo é relativo? até a amizade (1)

Pegou na foto de um grupo de pessoas, em tempos passados juntos em reuniões de fim de tarde, ou de passeios a beira-mar, piqueniques, cinemas, conversas no portão… o seu olhar entristecido num sorriso melancólico, vagueou por tempos, anos talvez.
Como queria que tudo voltasse a ser como naquele tempo.
As recordações daquele tempo transferiram-se para uma lágrima que lhe deslizou pelo rosto marcado pelo tempo.
As rugas trazem a vivência dos anos sofridos, uma sucessão de momentos felizes, tristes, enternecedores, constrangimentos, dúvidas, amores perdidos, filhos, netos, casamentos.
Neste baú de acontecimentos existe um que a perturba, que a compadece particularmente.
Se o tempo voltasse atrás teria sido diferente, teria falado mais, não se teria deixado vencer pelo cansaço, pela baixar dos braços, ombros pesados pelo fardo do cansaço. Teria gritado mais, insistido mais e ter-se-ia justificado melhor.
Como achamos que somos irrepreensíveis quando jovens. Oh santa juventude! Os ventos verdes da incoerência.

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