sexta-feira, abril 28, 2006
Amor portátil de Pedro Paixão
«assusto-me ao pensar que as noites são iguais e que vou ter de as atravessar, uma a uma, sozinho. estranho só agora reparar numa coisa tão óbvia.»
«o amor entra aqui como àgua em terra seca, um substituto em tempos indigentes, de grande insuficiência, o que nos resta.»
«o mundo todo é um mal-entendido que aguardamos que se resolva ou estoire e enquanto nada acontece sofremos. Agarramo-nos a coisas que se nos escapam entre os dedos.»
«dormi pouco. julguei ver-te várias vezes no caminho. encontrei os teus cabelos soltos numa estação de serviço. ao abrir sem querer o guarda-luvas redescobri o teu cheiro. por duas vezes pensei na tua boca em estado de pura provocação. eras quase tu e nunca me dizias nada. o cansaço deixa-nos tão vulneráveis.»
«é um mistério tão grande o não saber onde ficaram os meus gestos, não poder enfim voltar a ouvir as doces palavras.»
«é a vida a passar de qualquer jeito, a passar por entre os finos dedos da morte.»
«é o movimento elástico da alma que o prende ao mundo.»
«acontecem coisas a mais em tempos cada vez mais breves»
«aprendi que a vida se constroi para além da nossa vontade.»
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2 comentários:
pedro paixão, o meu autor nos momentos de depressão... gosto tanto dele!
Perfeitooo adoreiiii...bjOss mocinhaaa
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