- Está tudo bem contigo? – a voz de Zé Pedro era meio rouca, pausada.
- Sim, um pouco cansada, tive um final de dia muito agitado, sinto a cabeça a andar a roda... e tu?
- Bastante cansado, mas é bom sinal, de que temos trabalho, não é?
- É mesmo... onde estás agora? – a intimidade não escolhe hora, aparece simplesmente, inconscientemente.
- Estou no carro, talvez vá dar uma volta , ver o mar. Pena que não possa ser contigo, seria muito melhor com uma companhia tão interessante...
- Mas quando não se tem, vai-se só, imaginando o quanto aquela pessoa iria gostar de caminhar ao nosso lado, de sentir a brisa do mar no rosto...
- Sim é verdade...
- Só estamos sozinhos quando queremos. Às vezes estamos no meio da multidão e sentimo-nos tão sós...
- Tens razão – um sorriso soou do outro lado – tens uma voz tão meiguinha. És uma mulher super interessante.
- Obrigada... e faladora, não??
- É bom ouvir a tua voz sabias? Por isso deves falar mais vezes.
À noite por vezes sombras abraçam-nos misteriosas e desviam-nos do mundo...
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