end ai minint fram de batón ofe mai hearte
como ir á lua e voltar e voltar e voltar e voltar....
We are always TOGETHER
na mesma sincronia LOL
É fantástica a forma como as pessoas apaixonam-se e desapaixonam-se com tanta rapidez e eficiência.
A Loira costuma dizer que não é paixão é encantamento, e ela até tem a sua razão.
Encantamento é um misto de tentação, sedução, fascinação; e isso pode ser efémero. Daí as pessoas virem desapaixonarem-se ao virar da esquina. Tipo quando vou às compras, passo por uma loja e vejo um par de sandálias “são essas” e compro, na loja seguinte vejo um par de sandálias mais bonitas que as outras e se não me contenho… “são essas” “estão mesmo a olhar para mim”….
Apaixonar é namorar-se de, tornar-se parcial; Namorar é pretender amor de, apaixonar-se. Ora aí está, ninguém adormece apaixonado e acorda desapaixonado. Sem Mais Teorizações.
quando crianças,
as correrias na terra vermelha
batida por tantos pés cansados,
os chamamentos das mães no tanque,
o cheiro da roupa estendida na corda,
o cheiro do milho no pilau,
as conversas das vizinhas curibotas,
o gingar das moças pelas estradas poeirentas,
o assobio dos garotos a jogar a bola de trapos
rota de tantas batidas dos pés descalços
“olha a m’boua”, “aii rolinha se eu fosse rolo” (*),
os piós/candengues a correrem atrás dos camiões
“monangambééé”,
os kotas a conferenciarem com caporroto&marufo
a frente as kubatas à sombra do imbondeiro
“Xê há maka na sanzala”…
fez-me voltar ao tempo que já lá foi.
Comprem o CD, está bué, cuiá demais… é mesmo para bisar
(*) Saudades Lili G.
Curibota - fofoqueira
piós/candengues - miúdos
monanganbé - boleia no camião
caporroto - aguardente de milho
marufo - vinho de caju ...
kubata - casa
maka - conflitos
avilo - amigo
cuiá - gostoso:)
nos casamentos é de praxe a noiva atirar o bouquet para as solteiras e blá blá, todos sabem o que acontece. É uma exposição vulnerável da nossa nudez (nós as solteir(on)as), parece que estamos carimbadas “Preciso de…” “Procuramos…”.
Sinceramente !!!!
Eu detesto esses figurões e abstenho-me sempre de participar nesse momento ‘tão esperado’ por muitas.
No último casamento que fui, estava eu sentada no banco do jardim a namorar a lua, a Loira estragou o momento “orgasmico” chantageando-me…e lá fui expor-me ao ridículo…. Fiquei traumatizada, mas já passou ao fim de algumas sessões de terapia lunar :)
portanto, minhas caras, já sabem, não contem comigo na altura do bouquet. Não há dinheiro para terapias:)
Ruas escuras
Minha sombra esguia
De esquinas em esquinas
Andam mais sombras nuas
Vejo-te longe, perdida
Duas almas vazias.
(Maio 1999)